Pressionado pela comunidade internacional diante do desmatamento da floresta, da violência contra indígenas e um discurso negacionista, o governo brasileiro anuncia que irá aderir a uma declaração na conferência da OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre sustentabilidade e comércio.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo secretário-geral do Itamaraty, embaixador Fernando Simas Magalhães, no primeiro dia da cúpula da instituição. Segundo ele, o governo irá se engajar nessas negociações.
O grupo, de fato, conta com 72 países e o Brasil vinha já fazendo parte da iniciativa, de maneira informal. A partir de agora, o governo adere de forma plena.
O bloco foi anunciado originalmente em novembro de 2020 e sua intenção era a de intensificar o debate sobre a relação entre comércio e sustentabilidade ambiental na OMC. A meta era a de implementar “discussões estruturadas” sobre o tema.
Oficialmente chamada de Discussões Estruturadas sobre Comércio e Sustentabilidade Ambiental (TESSD, sigla em inglês) ainda trata de bens ambientais e fortalecer a ideia de um “sistema comercial global que protege e preserva o meio ambiente de acordo com o desenvolvimento sustentável”.
O grupo ainda debate economia circular e cadeias de fornecimento sustentáveis.
Desde o ano passado, o governo brasileiro modificou sua forma de lidar com a pressão internacional por conta do meio ambiente. Em novembro, na Conferência da ONU para o Clima, o Brasil assumiu diferentes compromissos de redução do desmatamento. Há uma semana, na Cúpula das Américas, uma vez mais uma indicação foi feita neste sentido. Até mesmo na OCDE, o país aceitou um pacote de negociação que inclui medidas ambiciosas na questão ambiental.
A dúvida internacional, porém, se refere à credibilidade do governo de Jair Bolsonaro em implementar de fato os compromissos assumidos.