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Pesquisa investiga microrganismos encontrados na Amazônia com potencial para inibir veneno da jararaca

Dos 15 microrganismos analisados até o momento, um apresentou potencial para bloquear as toxinas presentes no veneno da cobra

FOTOS: Hector Koolen/Fapeam

A obtenção de novas moléculas, a partir de microrganismos encontrados na Amazônia, para combater as toxinas encontradas na picada de uma das serpentes mais venenosas do Brasil é o objetivo da pesquisa “Busca por inibidores de toxinas do veneno de jararaca (Bothrops atrox) a partir da microbiota dos rios do estado do Amazonas”. O estudo recebe investimento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Segundo o coordenador do projeto e doutor em Química, Hector Henrique Ferreira Koolen, o estudo iniciado no segundo semestre de 2021, via Programa de Apoio à Ciência, Tecnologia e Inovação em Áreas Prioritárias para o Estado do Amazonas, Edital Nº 010/2021 da Fapeam, já analisou 15 espécies de fungos. Desse total, um apresentou potencial em nível moderado a elevado para inibir o veneno da jararaca.

“Nós extraímos esses microrganismos do ambiente, trazemos para o laboratório e os cultivamos com nutrientes em condições adequadas para que produzam substâncias na forma de extratos padronizados. Estes são incubados com os venenos para a avaliação farmacológica, e posterior identificação química. Nosso estudo vai se restringir à descoberta de novos agentes antibotrópicos, explicou.

Desenvolvida na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e em parceria com a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), a pesquisa prevê investigar cerca de 100 linhagens de fungos, com o propósito de encontrar moléculas que possam servir de protótipos para o desenvolvimento de fármacos que venham a contribuir como adjuvantes no tratamento de pessoas envolvidas em acidentes ofídicos, ou seja, com cobras venenosas. Os fungos utilizados na pesquisa são oriundos de solos, rios e plantas de áreas remotas da Amazônia.

“Vamos fazer todos os ensaios farmacológicos, in vitro, da inibição da ação do veneno e também dos constituintes do veneno sejam em associação ou isolados. O estudo busca identificar quais podem ser as substâncias que estão em determinados microrganismos e que têm a capacidade de produzir uma substância capaz de inibir a ação de toxinas do veneno”, destacou.

Parceria- O grupo de estudo é formado por pesquisadores da UEA, da Fundação de Medicina Tropical, da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

CT&I Áreas Prioritárias

O edital é uma iniciativa da Fapeam para apoiar propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, nas diferentes áreas do conhecimento, coordenadas por pesquisadores residentes no estado do Amazonas.

Com informações da ACS