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Hemoam instala laboratório em comunidade indígena de São Gabriel da Cachoeira

O laboratório oferecerá acesso ao diagnóstico precoce de doenças para comunidades indígenas remotas

A Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas instalou um laboratório de análises clínicas no distrito de Pari-Cachoeira, região conhecida como cabeça do cachorro, no município de São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus).

A infraestrutura laboratorial é uma estratégia do Hemoam para aproximar a população indígena, que vive em áreas remotas, do diagnóstico principalmente das doenças do sangue, além de doenças endêmicas das regiões próximas ao rio Tiquié, onde vivem milhares de povos tradicionais. O investimento nesse espaço faz parte do Programa de Diagnóstico Precoce das Leucemias no Interior.

Na avaliação do PHD em hematologia e coordenador do programa, Dr. Nelson Fraiji, o laboratório deve cumprir a função de promover o diagnóstico precoce de doenças tais como as anemias e leucemias, garantindo a possibilidade de tratamento dessa população e, consequentemente, a cura, uma vez que a doença é identificada mais rápido”, disse Nelson, que também é diretor clínico do Hemoam. 

A nova instalação também aumenta a capacidade da assistência oferecida por uma unidade do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) localizado naquela região. “O DSEI disponibilizava apenas três vagas por dia para exames, considerando que o distrito precisa dar suporte de saúde para quase 40 mil índios, era inviável oferecer respostas em tempo hábil para o bom tratamento dos indígenas”, avalia Fraiji. 

Equipado com itens de alta qualidade como espectrofotômetro, microscópio, contador de células, microcentrífugas, banho-maria e refrigerador, o laboratório tem capacidade de realizar exames para detecção de anemia e leucemias, além de doenças endêmicas daquela região, tais como, malária, hanseníase, leishmaniose, tuberculose e doenças parasitárias.

Para a técnica de laboratório que está atuando no novo laboratório, Leandra Almeida, o benefício também está na logística do atendimento dessa população que não precisará se deslocar até a sede do município para fazer exames. “Como eu falo a língua deles (Tukano), eu tento explicar da forma mais clara para o paciente entender a importância de realizar o exame. Eu vejo que ao poucos eles vão percebendo e entendendo a importância de um laboratório acessível para eles”, finaliza. 

Investimento – O projeto em São Gabriel da Cachoeira tem financiamento da Fapeam e parceria do LACEN-AM no treinamento dos técnicos que atuam nas comunidades indígenas. 

O programa – O programa de diagnóstico precoce começou em 2017 com o treinamento de profissionais de saúde que atuam no interior para diagnosticarem as leucemias. A partir daí, 37 cidades amazonenses e 87 profissionais foram treinados. 

A farmacêutica e bioquímica responsável pela base de Pari Cachoeira, Tamirys Winhork, destacou a importância das capacitações. “A capacitação é uma oportunidade única. Trabalhamos em área e nem sempre temos essas oportunidades de nos capacitar para melhor atender essa população”, relatou.  

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