O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido neste momento com o Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e com comandantes das Forças Armadas no Palácio do Alvorada, em Brasília.
Reunião acontece fora da agenda. A reunião, fora da agenda oficial do presidente, acontece em meio a discussões sobre a idade mínima para que militares passem para a reserva. Ela acontece também dias depois de a Polícia Federal tirar o sigilo das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que atingiu generais que estiveram no comando da Defesa e da Marinha no governo de Jair Bolsonaro.
Encontro tem alto comando. A reunião foi noticiada pela CNN Brasil e confirmada com ao menos duas fontes próximas ao Planalto pelo UOL. Além de Múcio, o encontro reúne os generais Tomás Paiva, do Exército, o brigadeiro Marcelo Damasceno (Força Aérea Brasileira) e o almirante Marcos Olsen (Marinha). Oficialmente, nem o Planalto nem a Defesa responderam às perguntas sobre o teor da reunião, o que abriu especulações sobre o assunto.
Investigação interna no Exército. Na sexta-feira (29), o Exército abriu uma investigação interna para averiguar se houve uso de viaturas de batalhões de Goiânia durante o plano de golpe após a eleição de Lula.
Investigações reveladas pela PF atingiram militares do CopEsp. Segundo reportagem da Folha, todos os batalhões subordinados são investigados pelo CopEsp (Comando de Operações Especiais). As suspeitas foram levantadas pela Polícia Federal durante investigação sobre o plano.
Participação de Jair Bolsonaro. A PF indica afirma que as provas do inquérito “demonstram de forma inequívoca” que o ex-presidente Jair Bolsonaro “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de Estado e da abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade”.
Caso segue na PGR. O relatório com mais de 800 páginas da PF foi produzido com informações colhidas nas operações Tempus Veritatis e Contragolpe. O caso agora será analisado pela Procuradoria-Geral da República, que pode fazer ou não uma denúncia contra os indiciados ou ainda solicitar mais diligências.
Ajuste fiscal tem como meta corte de gastos
Atualmente, não há idade mínima para militares começarem a receber pensão. Independentemente da idade, após 35 anos de serviço, o agente garante a aposentadoria —a chamada reserva remunerada. Ao entrarem na reserva, deixam de exercer a função, mas podem ser convocados em casos de necessidade.
Mudanças devem ser enviadas ao Congresso na próxima semana. A ideia entra no pacote de cortes de gastos proposto pelo Ministro da Economia, Fernando Haddad.
Idade mínima também deve interferir no desenvolvimento da carreira militar. Essa não é única medida proposta por Haddad. O plano de alterações na carreira dos militares envolve, ainda, o fim da pensão à família de militares condenados por crimes ou expulsos da corporação.
Hoje, esses familiares ganham o total da pensão. Na nova proposta, eles passariam a ganhar um auxílio-reclusão, valor que também é pago a familiares de civis presos que contribuíram para a previdência.
Fonte: Uol