Empresa manifestou interesse em assumir a outorgas no interior do Amazonas; governador pediu prioridade para os municípios de Parintins, Caruari e Barcelos
Durante reunião com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), em Brasília, o governador Wilson Lima propôs, nesta terça-feira (03/12), prioridade na transferência de outorga dos aeroportos de Parintins, Carauari e Barcelos para gestão da empresa pública federal, com o objetivo de que os espaços passem a contar com melhor infraestrutura. Em março, a Infraero manifestou interesse em assumir a administração de alguns aeroportos regionais.
Segundo o governador Wilson Lima, a medida busca, além de oferecer melhores condições em infraestrutura, a manutenção dos terminais aéreos, levando em conta municípios estratégicos para a aviação regional, que apresentam potencial para desenvolvimento de atividades.
“As equipes da Infraero juntamente com as equipes do Estado vão se reunir para que possamos entender como está a estrutura do ponto de vista técnico e a necessidade de investimento. A nossa ideia é que a partir do ano que vem a gente já comece a formalizar essas tratativas”, afirmou o governador.
O encontrou ocorreu entre o governador Wilson Lima e o presidente da Infraero, Rogério Amado Barzellay, que informou que a medida prevê União passaria ser a responsável pela gestão dos terminais e utilização de recursos próprios para investimentos. Com isso, a expectativa é que tanto a infraestrutura aeroportuária, permitindo fluxo maior de aeronaves, quanto o atendimento aos passageiros ganhe em qualidade e eficiência.
“São aeroportos que nós vemos um horizonte bom de desenvolvimento, de retorno econômico. A ideia é que a gente prossiga com esse estudo, sempre com a orientação do governador Wilson Lima para que a Infraero possa assumir essas outorgas”, destacou Barzellay.
Municípios com potencial
Durante a reunião, o governador Wilson Lima explicou sobre a importância de transferência de gestão dos três aeroportos para a Infraero como um plano piloto, levando em conta a alta demanda de passageiros que procuram voos em atividades de turismo e para a indústria, além dos aspectos econômicos de cada cidade.
Segundo o governador Wilson Lima, a expectativa é ampliar a ação para outros aeroportos do Amazonas, observando o interesse das prefeituras municipais na transferência.
No caso de Parintins e Barcelos, o governador destacou o Festival de Parintins e a pesca esportiva como eventos propulsores de passageiros, os quais exigiriam terminais aéreos maiores. Em Carauari, a proximidade com Coari, cidade estratégica para exploração de gás e petróleo de Urucu, também foi exposta como área de prioridade para a negociação.
Somente em 2024, o município de Parintins registrou mais de 120 mil visitantes para o Festival Folclórico, contabilizando cerca de mil operações de voo. Em Barcelos, a pesca esportiva movimenta mais 30 mil turistas por ano e R$ 67 milhões por temporada, de acordo com dados da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur).
Para Carauari, a petrolífera de Urucu gera mais de 20 mil postos de trabalho, sendo 45% mão de obra oriunda do município de Carauari. Além disso, a mudança de gestão facilitaria a conexão entre cidades da região norte e desenvolvimento de atividades de cosméticos, como a aquisição de produtos como andiroba e ucuúba, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Uacari.
Investimentos
Desde 2021, os investimentos para melhoria da infraestrutura aérea do Amazonas entre recursos estaduais e federais somam mais de R$ 118 milhões, valor dividido em obras concluídas e em andamento. Além disso, o Estado também tem incentivado a expansão da malha aérea com a concessão de benefícios para reduzir a carga tributária sobre o combustível da aviação.
O governador Wilson Lima também tem ampliado a malha aérea internacional tendo Manaus como rota. Entre os destinos ligados à capital, atualmente, estão Lisboa, em Portugal; e Miami e Fort Lauderdale, na Flórida, nos Estados Unidos. Os voos são operados pelas companhias, TAP, Gol e Azul Linhas aéreas, respectivamente.
Outro trecho internacional é o voo para o Panamá, operado pela companhia Copa Airlines. Na América do Sul, há voos diretos para Bogotá, na Colômbia, pela Avianca, e Puerto de Ordaz, na Venezuela, por meio da Conviasa.