O Banco do Brasil (BB) fez uma reserva de R$ 788 milhões em seu balanço para cobrir a possibilidade de perdas com as Lojas Americanas. Para a instituição financeira, será possível recuperar ativos. Por isso, o valor aprovisionado equivale a 50% do total devido ao banco pela varejista, ou seja, cerca de R$ 1,4 bilhão.
A rede apresentou um rombo de R$ 43 bilhões em seu balanço, o que fez com que entrasse em um processo de recuperação judicial, em janeiro.
Segundo o vice-presidente de Gestão Financeira do BB, José Ricardo Forni, a situação exigiu uma análise “personalizada”. “A decisão foi tomada simplesmente analisando o caso naquele momento, e é um caso que está evoluindo dia a dia”, disse Forni. “Vai haver recuperação de ativos, porque claramente tem ativos a ser recuperados”, destacou ao apresentar o balanço do BB, com a presidenta Tarciana Medeiros, hoje (14).
Compromisso social
Tarciana Medeiros reiterou o compromisso da instituição com o âmbito social, posição que já sinalizou em sua posse, em meados de janeiro. Na ocasião, evidenciou-se que uma das orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao designá-la ao cargo, é que conduza as ações do banco sem perder de vista as contrapartidas à população.
“Sabemos fazer ajustes de rota, nos adaptarmos às exigências de mercado e da economia. Mas, independentemente do cenário, a estratégia da nossa empresa não abre mão da gestão equilibrada de capital, do acompanhamento rigoroso da qualidade de nossa carteira e o retorno adequado aos nossos acionistas”, disse hoje aos jornalistas.
Balanço
O BB teve lucro líquido ajustado recorde de R$ 31,8 bilhões em 2022, com crescimento de 51,3% em relação a 2021. Segundo balanço divulgado ontem (13) à noite pela instituição financeira, no quarto trimestre, o lucro totalizou R$ 9 bilhões, alta de 52,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com o BB, o crescimento no lucro pode ser explicado pelo crescimento na concessão de crédito com inadimplência controlada. O banco também atribui o lucro recorde à diversificação de receitas, à disciplina na gestão de custos e à solidez na estrutura de capital.