O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, propôs hoje (5) aumentar os impostos dos super ricos para aliviar os mais pobres, durante entrevista ao programa Pânico da Jovem Pan. “Cinco brasileiros, no nosso país, acumulam a renda e a fortuna de 100 milhões de brasileiros mais pobres. Eu tenho que ir para um modelo tributário que cobre mais dos super ricos para diminuir o imposto dos pobres, da classe média e no consumo, que é o imposto indireto mais injusto. Porque aí, eu promovo a superação da miséria e da desigualdade”.
Ciro Gomes aproveitou sua participação no programa para falar sobre sua trajetória política que incluiu, na esfera federal cargos, como o ministro da Fazenda, em 1994, e da Integração Nacional, de 2003 a 2006. Segundo ele, sua candidatura tem o propósito de mudar o país.
Ele afirmou que é o único candidato que está propondo uma mudança dos modelos econômico e de governança política do país. “Eu tenho espírito público e me guio por ele. Para mim, política não é meio de vida. Eu só quero ser presidente ser for para mudar a história do Brasil”.
De acordo com Ciro, por mais que algumas pessoas vejam a política como um espaço de privilégio e de enganação, é preciso estimular a participação popular nas discussões política.
“Precisamos resgatar a compreensão de que tudo é política. O preço do feijão; do ônibus; a qualidade da saúde; da educação; se tem ou não segurança; o jeito de cobrar os impostos; de pagar as aposentadorias…tudo é política. E o sistema brasileiro gosta de desmoralizar a política, porque ela é o único fio desencapado, é [o único espaço] onde podemos desestabilizar tudo e começar algo completamente novo. E é nisso que estou apostando”, afirmou.
Na entrevista, o candidato também comentou sobre a situação política no Chile. “O Chile agora está numa ‘pinimba’ gravíssima. Há três anos, o povo foi em massa às ruas pedir uma nova constituição, contra o legado do [ditador Augusto] Pinochet [que governou o país de 1973 a 1990]. Fizeram uma Constituição completamente mistificadora, cheia de peculiaridades identitárias, uma série de baboseiras deste esquerdismo que vem dos EUA para substituir a falta de compromisso popular verdadeiro das esquerdas”, comentou Gomes.
“O problema do Brasil é que o tamanho do Estado é absolutamente doentio quando a gente olha o pagamento de juros para bancos. Ele não é [inchado] em saúde, educação, [prestação de] serviços, infraestrutura, mas sim para o [pagamento de] juros. Este é o problema. E como a esquerda brasileira se vendeu a este modelo resolveram fazer aqui o esquerdismo à moda americana. Então, pegaram questões identitárias, hiperfragmentaram os interesses da sociedade e passou a falar de negros, de mulheres, de meio ambiente, como se fossem assuntos separados. E não se fala mais em superação da miséria, desigualdade”, comentou Gomes.
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*Colaborou Alex Rodrigues, repórter da Agência Brasil
*Matéria alterada às 16h40 para acréscimo de informações.