A vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Malala Yousafzai, defendeu uma educação mais inclusiva em reunião com ministros brasileiros em Brasília, nesta quinta-feira (25).
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, ressaltou que Malala é um símbolo mundial de resistência e de defesa da educação e de luta contra o preconceito, de luta pela igualdade de género. “Ela está fazendo agenda no Brasil e está aqui tratando sobre uma educação mais inclusiva, então esse é um desafio que nós temos, que a educação brasileira seja inclusiva, que chegue a todas as crianças do nosso país, que a gente não conviva com crianças fora da escola, que tenha uma educação que possa ser cidadã e que possa combater todo e qualquer tipo de preconceito”, disse o ministro, após a reunião.
Também presente no encontro, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que o encontro de hoje é histórico e que a ativista é referência para os educadores brasileiros. “Eu uso Malala desde que comecei a dar aula e mostrava aos alunos não só o documentário dela, mas o livro também, que inspira”. O encontro com autoridades brasileiras ocorreu no Ministério da Educação, com a presença do titular da pasta, Camilo Santana .
Ministra da Igualdade Racial Anielle Franco fala com jornalistas ao deixar o Ministério da Educação, após reunião com a ativista Malala Yousafzai – José Cruz/ Agência Brasil
É a segunda vez que a ativista pela educação paquistanesa visita o Brasil. Na terça-feira, Malala esteve em evento literário no Rio de Janeiro, onde falou sobre a importância de os homens estarem engajados na luta pela igualdade de gênero e enfatizou que as mulheres devem ser as protagonistas nesta luta.
Símbolo
Por ter se envolvido desde cedo na luta pelo direito à educação, Malala foi alvo de um ataque do grupo Talibã em outubro de 2012, no nordeste do Paquistão, quando voltava da escola. Atingida por uma bala, passou dias em estado grave. Durante a recuperação, foi transferida para um hospital na Inglaterra, onde reside atualmente. Ela criou, ao lado do pai, o Fundo Malala em 2013, voltado para promover a educação universal de meninas em todo o mundo. Em 2014, aos 17 anos, foi a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz. Em 2020, concluiu a graduação em filosofia, política e economia na Universidade de Oxford.