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Obesidade infantil: especialista da SES-AM esclarece sobre educação alimentar e riscos à saúde

Atividade física e alimentação saudável constituem principais orientações para combate à doença

Liana Martinho, endocrinologista pediátrica. FOTOS: Rodrigo Santos/SES-AM

Nesta sexta-feira (03/06), é comemorado o Dia de Conscientização contra a Obesidade Infantil, data criada para alertar e informar sobre a importância dos cuidados precoces com a alimentação das crianças. A endocrinologista pediátrica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Liana Martinho, que atua no Centro de Atenção Integral à Criança (Caic+) Especialidades Ana Braga, explica os hábitos que ajudam a prevenir a doença e o tratamento multidisciplinar em caso de diagnóstico.

A obesidade é uma doença crônica, consequência do excesso de tecido gorduroso no organismo, e certas ações, desde o início da vida, podem contribuir para o desenvolvimento da doença em uma faixa etária pediátrica. O consumo de alimentos processados e ultraprocessados, alto teor de açúcar e tamanho exagerado das porções e sedentarismo podem levar ao quadro de obesidade infantil.

De acordo com a endocrinologista, a obesidade desencadeia outras doenças, aumentando os riscos para a saúde das crianças e adolescentes.

“O próprio aumento de peso por si só já é relacionado com o aparecimento de outras doenças. Alteração de pressão arterial, alterações dos níveis de colesterol, triglicerídeos, o aumento do risco de doenças como diabetes tipo 2, aumento de problemas ortopédicos também, como desvios de pernas, De coluna, alteração de pisada, dificuldade respiratória, doenças pulmonares também são mais comuns com pacientes com obesidade”, enfatizou.

Para não chegar a esse quadro, alguns cuidados e hábitos são necessários. A médica destacou o papel da família e a rotina alimentar com hábitos saudáveis. A atividade física também é um dos pilares do combate à obesidade infantil.

“Os hábitos alimentares têm que melhorar, procurar o máximo possível ter uma alimentação saudável, conforme o gasto da criança, e procurar não deixar que a criança seja muito sedentária. Procurar ter o máximo possível de atividades físicas, aumentar as atividades do dia a dia, passar menos tempo deitado, menos tempo em joguinhos, em telas, no celular, aumentar o nível de atividade também é muito importante”, disse a endocrinologista.

A rotina alimentar começa desde o nascimento, com a evolução ao passar dos anos. Até os seis meses é essencial manter a amamentação com leite materno e, após esse período, introduzir outros alimentos com a orientação pediátrica. Evitar açúcar, alimentos artificiais e industrializados, respeitar o horário e a quantidade de alimentos adequada são outras orientações da médica.

Tratamento

O acompanhamento é feito de forma multidisciplinar, incluindo pediatra, nutricionista, endocrinologista e psicólogo. Segundo Liana Martinho, a participação desses profissionais é fundamental para proporcionar melhor qualidade de vida à criança.

“Tem que ter um envolvimento dos profissionais de educação física também, principalmente professores de educação física que tem na escola. É bom que eles estejam envolvidos nesse processo também. A escola muitas vezes ajuda bastante com a melhora do nível de merenda escolar, procurando orientar as crianças, procurando ter a merenda escolar com um cardápio mais natural. Em relação à parte médica, dependendo da situação do grau de obesidade, muitas vezes nós temos que lançar mão de medicamentos”, explicou.

Atendimento

Para início do tratamento e diagnóstico de obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS), é necessário que a criança possua um encaminhamento de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou da rede estadual de saúde para que seja direcionado ao especialista.

O profissional indicado para o tratamento da doença é o pediatra, que pode também encaminhar o paciente para acompanhamento com outros profissionais, como endocrinologista, nutricionista e psicólogo.

MATERIAL EM ÁUDIO E VÍDEO

Link: https://we.tl/t-hK9sj4NGUk
Conteúdo: sonora de Liana Martinho, endocrinologista pediátrica
Imagens: Rodrigo Santos/SES-AM

Com informações da ACS