Rússia acusa EUA de distanciar acordos de paz ao entregar mais armas à Ucrânia

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Nesta quarta-feira, 1º, a Rússia acusou o governo dos Estados Unidos de “jogar lenha na fogueira” após o anúncio da entrega de mísseis americanos à Ucrânia, para responder à ofensiva do presidente russo, Vladimir Putin.

“Nós acreditamos que os Estados Unidos jogam lenha na fogueira de maneira deliberada (…) As entregas [de armas] não encorajam as autoridades ucranianas a retomar as negociações de paz”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

A guerra chega ao 98º dia com a situação mais difícil, segundo Zelensky, no Donbass, área no leste com separatistas pró-Rússia. Os russos teriam ampliado o controle sobre a cidade de Sievierodonetsk, na região de Lugansk, segundo o governador local, Sergey Gaidai, que relatou ataques contra a cidade, mas indicou que tropas ucranianas continuam lutando pelo território.

Os novos envios de armas americanas à Ucrânia aumentam o risco de um confronto militar entre Rússia e Estados Unidos, disseram autoridades de Moscou.

“Qualquer entrega de armas que continue, ou que aumente, aumenta o risco de tal acontecimento”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, em declarações à agência RIA Novosti, depois de ser questionado sobre um possível conflito armado entre Washington e Moscou.

O governo dos Estados Unidos anunciou ontem o envio à Ucrânia dos sistemas Himars (High Mobility Artillery Rocket System), que permitem lançamentos múltiplos de foguetes e têm alcance de 80 quilômetros. Embora não sejam sistemas de longo alcance, estes representam um reforço significativo das capacidades ucranianas.

Autoridades ucranianas também relataram ataques em pontos das regiões de Donetsk, Dnipropetrovsk e Kharkiv. Para Zelensky, Sievierodonetsk é um dos epicentros do confronto no momento, junto com a vizinha Lysychansk e Kurakhove, cidade da região de Donetsk.

Nesta quarta, é a data da comemoração do Dia das Crianças na Ucrânia. Órgãos da Ucrânia relembraram as 243 crianças que morreram durante a invasão russa, como o serviço de emergências da Ucrânia, que disse que é “difícil” compreender tais perdas.

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